terça-feira, 26 de agosto de 2008


"Lembre de todas aquelas horas rindo e rolando no chão
Aqueles dias parecem nada, parece que nada aconteceu antes

O que aconteceu com os bons tempos?
... E eu me pergunto o que deu errado"
Só de sacanagem.
Por Elisa Lucinda – Interpretado por Ana Carolina

Meu coração está aos pulos, quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar: Malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro, que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais e esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais...
Quantas vezes meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração ta no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam... “Não roubarás!”, “devolva o lápis do coleginha”, “esse apontador não é seu minha filha!”, ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escultar, até abeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar... e sobre o qual minha pobre lógica insiste. Esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear, mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
- “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba!”.
E eu vou dizer:
- “Não importa, será esse o meu carnaval”.
Vou confiar mais e outra vez! Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo à quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês!
Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão:
- “É inútil, todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
- “Não admito! Minha esperança é imortal, e eu repito, ouviram? IMORTAL”.

Sei que não dá pra mudar o começo, mas se a gente quiser...
Dá pra mudar o final!