sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Não quero ser o que usa para encurtar o tempo.
Não quero ser a acompanhante perfeita para o seu vazio...
Pois talvez isso não preencha o meu vazio.
Eu quero representar a mesma coisa na festa e na solidão.
Quero ser remédio e doença
Quero ser descanço, mas quero também a fadiga.
Eu quero tudo, mas não quero ter que provar querer nada...
Pois o que importa no fim é o que você percebeu
E não o que eu te fiz engolir, o que eu te disse...
Por que é o que a gente descobre que pode guardar.
Sinto que não tenho nada do que acho que tenho,
Isso inclui você.
O que antes me parecia mistério
Agora fica se mostrando para mim de forma tão clara.
Pouco me importa saber o que todos sabem...
O que eu quero é justamente o contrário disso e de tudo!
E o que me confunde é o meu próprio pensamento
E eu fico querendo ir embora e deixar tudo para trás
E seguir somente para ver se me encontro.

(Gioconda)

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